Granizo faz cidade parecer coberta de neve no PR: entenda o fenômeno e como pedras de gelo ficaram sem derreter por quase 24 horas
Tempestade de granizo muda paisagem e causa prejuízos em Ponta Grossa, PR Quase 24 horas depois da chuva de granizo que deixou Ponta Grossa, nos Campos Gerais ...
Tempestade de granizo muda paisagem e causa prejuízos em Ponta Grossa, PR Quase 24 horas depois da chuva de granizo que deixou Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, parecendo coberta de neve, ainda havia pedras de gelo inteiras e amontoadas em alguns locais da cidade. Historicamente, a formação de granizo é mais comum em dias quentes e úmidos. No entanto, nessa segunda-feira (24), os termômetros chegaram 22,1ºC na cidade, temperatura não tão comum para o fenômeno. Por isso, o g1 procurou o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) para entender o que provocou o granizo e, também, o que fez ele se manter sem derreter por tanto tempo. ✅ Siga o canal do g1 Ponta Grossa e região no WhatsApp Sobre o temporal, a meteorologista Julia Munhoz explicou que, à medida que a altitude aumenta, a temperatura cai – e um dos fatores para o temporal de segunda-feira foi a queda abrupta de temperatura e a energia contida na camada que fica entre 3 km e 6 km da superfície. Por isso, apesar de não estar tão calor na superfície, estava muito frio nessa camada, o que favoreceu a formação das pedras de gelo. Outro fator foi o "cisalhamento do vento", uma variação da velocidade das rajadas conforme a altura. Segundo a meteorologista, o fenômeno fez com que a nuvem de tempestade se mantivesse por mais tempo, amadurecendo progressivamente. Sobre a demora para o granizo derreter, o fato principal é a temperatura. No final de agosto, uma tempestade parecida aconteceu em Castro, cidade que fica a pouco mais de 30 km de Ponta Grossa. Naquele caso, as pedras de gelo também conseguiram se conservar por mais tempo no solo devido à temperatura estar baixa nas superfícies. 16 horas depois do temporal de granizo, pedras de gelo permanecem sem derreter em Ponta Grossa Raphael Costa/RPC Leia também: Veja: Temporal deixa ruas e telhados parecendo cobertas por neve Acidente: Estrutura afetada por tornado despenca e 6 trabalhadores ficam feridos Falso uniforme da ONU: Como suspeito tentou desviar auxílio de vítimas de tornado Como o granizo se forma? Tempestade de granizo mudou paisagem em Ponta Grossa Reprodução/RPC O granizo é um evento meteorológico comum na primavera, e o tamanho das pedras de gelo e a intensidade da queda são muito variáveis. O Instituto Nacional de Meteorologia classifica o granizo como "a precipitação que se origina de nuvens convectivas, como Cumulonimbus, e que cai em forma de bolas ou pedaços irregulares de gelo, com formatos e tamanhos diferentes". O Simepar destaca que quase toda nuvem de tempestade tem granizo em seu interior, mas nem sempre ele cai porque às vezes as pedras de gelo ficam pequenas o suficiente para serem sustentadas dentro das nuvens. RELEMBRE: Vídeo mostra avanço de chuva de granizo deixando rodovia coberta de gelo Granizo com pedras do tamanho de ovos atinge o Paraná A queda acontece quando o ar mais quente da superfície terrestre encontra nuvens densas e muito frias em pontos mais altos da atmosfera. Devido ao contraste brusco de temperatura, as gotas de água se solidificam e caem em formato de granizo. Segundo o Simepar, a meteorologia pode confirmar as condições favoráveis para precipitação de granizo, mas não há equipamentos no Brasil que constatem que a precipitação efetivamente ocorreu. Por este motivo, o registro visual, ou seja, fotos e vídeos são importantes para registrar as ocorrências. No domingo (23), pedras de granizo do tamanho de ovos de galinha atingiram Guarapuava, na região central do Paraná. Assim como em Ponta Grossa, a chuva causou estragos em diversas casas e mobilizou equipes da Defesa Civil. Estragos Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 5 mil pessoas de 1,5 mil famílias de Ponta Grossa foram afetadas e tiveram as próprias casas danificadas pelo temporal de granizo desta segunda-feira (24). A tempestade foi mais forte nas regiões dos bairros Uvaranas, Neves, Jardim Carvalho e Boa Vista. "Pedras de gelo com aproximadamente 3 cm causaram graves danos às residências e estabelecimentos em toda a região, com relatos de destelhamentos e locais pontuais de alagamentos de ruas. Não houve relato de vítimas", aponta a corporação. Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: S Leia mais notícias no g1 Paraná.