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Profissão Repórter explica como tratar a obesidade no sistema público de saúde

Foco deve se manter na melhora da saúde com uma alimentação balanceada e a prática de exercícios; cirurgia só em último caso. Profissão Repórter explic...

Profissão Repórter explica como tratar a obesidade no sistema público de saúde
Profissão Repórter explica como tratar a obesidade no sistema público de saúde (Foto: Reprodução)

Foco deve se manter na melhora da saúde com uma alimentação balanceada e a prática de exercícios; cirurgia só em último caso. Profissão Repórter explica como tratar a obesidade no sistema público de saúde Profisão Repórter/Reprodução A obesidade é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de origem multifatorial e complexa que atinge a maioria dos brasileiros. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade, 68% dos brasileiros adultos têm excesso de peso no Brasil. Destes, 31% são obesos. A doença é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e é causada por fatores biológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos. Além disso, ela é fator de risco para outras enfermidades, como: doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer. De 2010 a 2024, a obesidade foi responsável por 45.310 mortes no Brasil, um aumento de 75,3% no período, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2024. O Profissão Repórter acompanha, nesta terça-feira (3), o tratamento, os obstáculos e as conquistas das pessoas que precisam emagrecer. Veja como tratar a doença no sistema público de saúde: Onde procurar ajuda? O primeiro passo para começar a tratar este problema de saúde na rede pública no Sistema Único de Saúde (SUS) é ir até uma Unidades Básicas de Saúde (UBS). Lá, o paciente vai conseguir acessar o serviço de Atenção Primária à Saúde (APS). Este espaço é onde as pessoas com obesidade são identificadas e acolhidas. Também é onde atuam equipes multiprofissionais, que fazem o acompanhamento e, quando necessário, encaminham os usuários para a Atenção Especializada. Quais são os tratamentos disponíveis? O atendimento na APS compreende ações de promoção da saúde, como o estímulo à prática regular de atividade física, o incentivo ao aleitamento materno e à alimentação adequada e saudável, a realização de práticas integrativas e complementares de saúde, como yoga e acupuntura. Em casos mais complexos, o paciente pode realizar o acompanhamento multiprofissional para realizar a cirurgia bariátrica. Veja a reportagem do Profissão Repórter de 2022 sobre bariátrica Quais são os requisitos para fazer a cirurgia bariátrica? A cirurgia bariátrica é considerada o último recurso no tratamento da obesidade e o SUS segue um protocolo de indicação: Pessoas que tem IMC acima de 30, com complicações de saúde; Pacientes que já tentaram tratamento clínico por pelo menos dois anos sem sucesso; Acompanhamento multiprofissional de médicos, psicólogos e nutricionistas; Idade mínima de 14 anos, de acordo com uma nova resolução do Conselho Federal de Medicina. As canetas emagrecedoras estão disponíveis na rede pública? Não! Apesar das conversas sobre a possibilidade de ofertar as canetas na rede pública de saúde, elas ainda não foram disponibilizadas pelo governo. Na discussão mais recente, uma comissão do Ministério da Saúde recomendou barrar a oferta de Wegovy (semaglutida) e Saxenda (liraglutida) na rede pública de saúde para tratamento da obesidade devido ao seu alto custo e a falta de profissionais suficientes para fazer um acompanhamento especializado. Os membros da comissão fizeram a apreciação inicial do pedido de inclusão das canetas para o tratamento da obesidade graus dois e três em pacientes sem diabetes com idade a partir de 45 anos e com doença cardiovascular estabelecida. O que o Ministério da Saúde indica para quem está enfrentando a obesidade? A obesidade é tratada, ao mesmo tempo, como fator de risco e como doença no SUS. Os profissionais de saúde que atuam para tratar a doença seguem o Manual de Atenção às Pessoas com Sobrepeso e Obesidade no Âmbito da Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste manual, algumas orientações-chave podem ser destacadas como: Tirar o foco da perda de peso O manual do SUS tem suas ações baseadas na promoção da saúde do usuário com sobrepeso e obesidade. Este considera a perda de peso como um elemento dos processos de cuidado, mas não o principal. Educar as pessoas nesta condição a desenvolverem hábitos mais saudáveis e que gerem uma maior qualidade de vida ao longo do tempo é o mais importante. De acordo com o manual, quando perder peso é o único objetivo ou o foco principal, os meios para alcançá-lo podem se distanciar de atitudes saudáveis. Uma perda de 5% a 10% do peso corporal já é suficiente, em casos certos casos de sobrepeso ou obesidade, para provocar melhora nos principais fatores de risco e nas comorbidades, como a redução da pressão arterial, redução do risco cardiovascular, do colesterol e da glicemia, entre outros. Adotar uma alimentação adequada e saudável A principal recomendação é ter uma alimentação baseada em alimentos in natura e minimamente processados, conforme orienta o Guia Alimentar para a População Brasileira. Junto a isso, evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, que estão amplamente associados ao ganho de peso. Praticar atividade física regularmente Praticar algum tipo de atividade física, independente de resultados aparentes em relação ao peso, pode ajudar o paciente a alcançar um estilo de vida mais saudável. Veja dicas de alimentação do Ministério da Saúde O Ministério da Saúde dispõe do documento Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira com foco na orientação alimentar de pessoas adultas com obesidade, que traz as seguintes recomendações principais: Consumo diário de alimento do grupo de feijões, preferencialmente no almoço e jantar; Evitar o consumo de bebidas adoçadas, como refrigerante, suco e água de coco de caixinha; Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como hambúrguer, embutidos, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e doces; Consumir diariamente legumes e verduras no almoço e no jantar; Consumir diariamente frutas; Alimentar-se com regularidade e atenção e, sempre que possível, em companhia com a família ou amigos. Três guias para auxiliar a prevenção da obesidade e a promoção da saúde O Ministério da Saúde tem três publicações que podem colaborar de maneira decisiva para a adoção de hábitos e rotinas mais saudáveis: O Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, que traz orientações nutricionais para o início da primeira infância; O Guia Alimentar para a População Brasileira, que incentiva as famílias a se alimentarem de maneira saudável; O Guia de Atividade Física Para a População Brasileira, que contempla práticas para uma vida ativa fisicamente adequadas à infância e também aborda a importância da educação física escolar.

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